domingo, 16 de junho de 2019

Me escrevia ...


Linhas em pautas, pergaminho e tinta
Línguas deslizavam riachos de estrias
Em buracos profundos, celulites e rimas
Me escrevia em prosa, poema, poesia!

Me escrevia em tons anis, aquarela em tom rosé
Pintava todo meu corpo em giz, tela de prazer
Meu corpo seria um rascunho de Assis, Vermeer ou Monet?
Um livro, uma escultura, um quadro que só você há de ler...

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Visitantes da Janela


Há quem diria ser beija flor
Todo o aroma adocicado de primavera
Levando e trazendo perfumes com todo o labor
Visitando-me pela janela.

Mais tarde pelos ventos do litoral
O inverno chegava, saudoso sentinela
Sobrevoando as árvores pelo quintal
Um pica-pau! Visitando-me pela Janela.

Um chamado estridente e feliz de quem encontrou comida no fim de tarde
Procurando em meio a cidade, tua fruta, tua floresta
Eram o macacos pulando de arvore em arvore,
E visitando-me então, pela janela.

A noite ao som silencioso da lua
Entre estrelas sobrevoavam em tons de fera
O morcego se rende pela rua
E eu me rendo a ele pela janela.



segunda-feira, 10 de junho de 2019

Ouvi das Flores


Ouvi das flores em sossego
Que o sol faz bem a elas
Mas o sol em exagero
Lhe queima as pétalas.

Ouvi das flores em aconchego
Que a água alimenta suas matrizes
Mas a água em exagero
Lhe afoga as raízes.

Ouvi das flores em desespero
Que todo vento lhe acalme
Mas o vento em exagero
Lhe quebra o caule.

Ouvi das flores em teu berço
Que a terra é tua moradia
Mas a terra infértil em exagero
Lhe tira a vida.


sábado, 8 de junho de 2019

Cordel


Em meu corpo dobraduras, um simples papel
Em meu dorso, curvas que você percorreu como um carrossel
Romantizando línguas, lonjuras que seria teu pincel
Me escrevia poesia, calada na censura de um cordel.