sábado, 14 de março de 2020

Te Rever


Aquele olhar carregava mil poesias 
Se alastrava e sorria 
Fazendo todo o gelo de meu coração se derreter. 

Era Brincadeira, Não diga! 
Mas seus olhos sorriam 
Sorriam como os lábios faziam ao se render. 

E admirada, eu observava 
Sua delicadeza, sua essência, sua calma ]
Me apaixonando novamente por tudo que há em você! 

E enquanto eu observava 
Seus olhos sorriam, quase gargalhavam 
E eu queria que soubesse, que eu amei te rever!

Deixei de ser poeta


Deixei de ser poeta
Quando a poesia me entristeceu
Vaguei sublimemente nas palavras desertas
De um vasto areal num almaço que se perdeu.

Deixei de ser poeta
Quando a poesia me fez refém
De um passado, passado, alastrado, julgado em cela
Mas morto por ela, à ela não convém.

Deixei de ser poeta
Quando a poesia me julgou
Caracterizou todo o meu ser em sorriso, guizos e festas
Romantizando pra ela, momentos abomináveis que se passou.

Deixei de ser poeta
Quando a saudade bateu
Mas as rimas não vieram, não nasceram, se esqueceram das arestas
De palavras que se encolheram, esconderam no almaço, apedrejadas, e morreu! 

A noite não te amar


A noite caiu insonia de luar
Tremendo com medo de teu escuro a lhe abominar
Mas haviam vaga lumes entre nuvens a recitar
Cirandas, sinfonias e estrelas a bailar
Era noite de lua sabe-se-lá.
Mas era noite, da noite insone e triste a recitar
Então se choravas rimas
Como poderia falar?
Falava, se embola, se retraia...
Até culpada se declarar.
E na noite insone, caiu estrelas
Tornou-se tremedeiras a palpitar
E ela, moça, coruja, chorava entre terra
Por não sentir-se livre para voar
Chorava em tons anis, céus a madrugar
Chorava escondida por não mais pertencer aos céus a se estrelar.
E então, se amargurava pela noite não mais te amar.

Tampa de Cerveja


Contei mil segredos a uma tampa vermelha de cerveja
Na mesa careira de madeira num bar.
Na noite de música fresca
Chorava por não saber amar.

Rodopiava com o dedo, a tampa vermelha
Como meu quadril fazia ao dançar
Mas a discussão na mesa de madeira
Impactava como a tampa caída no chão a se enterrar.

Finalmente queria entender aonde a gente se perdeu...
Havia sido no chão enquanto ouvia aquela musica que dancei?
Como uma tampa da cerveja vermelha que ardeu
A garganta, num beijo retrogrado e vicioso que arfei.

O olhar de ódio e desgosto que feriam como ferro
Fundido, transformado, lacrado na cerveja o sabor
Do beijo, esmaltado, carente sedento por afeto.
Salvou a tampa, mas não salvou o amor.