História de Grayish.

Grish… Onde estás Grish ?? 

 Ela ainda me olhava esquisita. Sabe !? E ficava me perguntando porque várias coisas se passavam por minha mente assim, tão aceleradas, sabe de uma coisa? Nem eu mesma sabia. Na minha opinião era um sentimento incógnita e ao mesmo tempo fugitivo, ora aparecia ora esvaecia. E aqueles olhos cinzento tal qual a cor de sua esfarrapada roupa, ainda olhava-me surpresa. Por quê? Diabo! Nem se pode mais ficar sozinha e triste nesse mundo, e chorar sentada numa escada, apenas esperando o tempo mudar algo? Não, Grish não tinha nada dessas frescuras, acho que ela não sabe o que é ser adolescente. Ah, vocês ainda não sabem quem é Grish, a história dela é a mais famosa por lá. Lá na Terra Perdida. Ou melhor, foi o que eu escutei por aí. Isso não vem ao caso… Grish astuta como sempre, e robusta, ainda tinha cores em suas bochechas, saiu do meu lado e se foi, brilhando e voando. Agora a pequena fada Grish está perdida, e não encontrei ela nem debaixo de minha cama (Só não olhei o guarda-roupa, porque no momento está como uma fortaleza, preparado para enfrentar inimigos)… Onde estás Grish ?? Eu juro que a partir de hoje eu sou uma mulher adulta! 

 Grish, ele está mentindo não está? 

 Seu tom cinzento quase acabava com a luz do dia, não pode ser! Logo ele !? Sim, sim, encontrei Grish, era isso que estavam pensando? Fui dormir sem nenhum sinal dela, e acordei do mesmo jeito, quando Grish quer se afastar, ninguém a acha, só se ela quiser, foi assim que aconteceu. Encontrei-a num ponto de ônibus enquanto estava indo para a escola, ela estava com os cabelos -que vivem presos num coque enorme acima da cabeça- soltos e revoltos, e os olhos cinzas extremamente tristes. Por uma momento passou por minha mente: CULPADA… Urgh! Detesto quando essa “fadinha”, vem com esses “olhinhos” de “cachorrinho” pidão. Mas depois percebi que era ele que havia feito isso com ela… Grish só estava ali, naquele momento, sentada num tronco de árvore que havia num ponto de ônibus, porque sabia que eu poderia vê-la, ela é pequenina, mas a vejo de longe. E ele estava na esquina, dizendo que A MINHA FADINHA GRISH, era a culpada da queima do livro do tempo da Terra Perdida! Mas que “homenzinho” irritante.. Não Grish não fez isso.. Tenho certeza, não é Grish? 

 Grish Culpada…!  

Culpada… Grish era culpada… Como ela poderia ter feito uma coisa horrível como esta? Ela ainda não havia prendido os longos cabelos negros, que revoltos saltavam para lá e para cá dançando no ritmo do vento. Nunca havia visto Grish tão abatida, os olhos quase roxo devido noite de insônia que passara ao meu travesseiro chorando. Ora! Queimara o Livro e ainda não me deixava dormir… Aff! Grish, amanhã eu tenho prova de Física, esqueceu? Ah, tudo bem, vou ser um pouco mais humilde e raciocinar melhor. Na minha opinião Grish era só mais uma fadinha que buscava o que todos os seres humanos buscam. A vitória. De fada acinzentada, Grish virou apenas cinzas. Eu, por mais que não frequentasse as aula de fadas ( o que nem deveria existir para mim, pois sou apenas uma humana ridícula que acredita em tudo e em todos que estava a sua volta) eu sabia que o livro do tempo era sagrado… E agora Grish chorava, aquela fadinha que dizia ser minha e que era rígida e incômoda em relação ao choro, estava sozinha e desolada. Pensamos na vida, que tudo o que programamos pode uma noite existir e logo pela manhã desaparecer… Grish tinha tudo, entretanto ainda chorava perdas passadas, e como estava melancólica! Aquele tom cinzento sempre me pareceu estranho...

 Grayish…!? 

 Grayish, esse era o nome da pequena fadinha cinzenta, que parara de chorar havia um bom tempo, mas as fundas olheiras não passavam despercebidas, de modo que todos da Terra Perdida iriam descobrir que Grish estivera chorando. Embora tenha queimado o livro do tempo, o preço a ser pago era mínimo, mas Grish, não entendo porquê, não queria pagá-lo. Essa fadinha esfarrapada aparecera em minha vida como uma simples borboleta, como se fosse normal ver fadas voando por aí, há uma semana que eu a chamava de minha Grish, embora apenas hoje, fui descobrir seu verdadeiro nome, Grayish. O guardião do livro que veio prender Grish, me mostrou uma imagem de minha pequena fadinha - ou minha ex fadinha - Ela vestia um lindo vestido branco e azul, com uns detalhes verdes e rosa feitos de mãos delicadas, e logo Grish confirmou minha tese, foi sua avó quem costurara, só ainda não entendia do porquê Grish estava aqui no meu mundo, sendo que o seu era perfeito, e tinha tudo o que ela precisava, sabe como é, coisas de fada. Grish ainda tinha o olhar desolado, e balançava a cabeça sempre que chegava nesta questão, foi então que o Guardião disse: _ Todos que buscam a Terra Perdida, estão perdidos dentro dela, e não sabem. São aqueles que sozinhos tentam fugir da própria mente e chegar ao Paraíso, embora nem sempre esse Paraíso seja tudo o que queira. Grayish, tinha cores, mas o próprio nome é cinzento. E agora tenta procurar algo que já não está mais em seu alcance, pois uma vez exilada, nunca mais encontrará aquilo que tanto procura. _ Sabias palavras, mas no fundo acho que Grish merecia uma segunda chance. Ela só queimou o livro do tempo, sabe…? Aquele livro que guarda todas as gerações da cidade, e diz como tudo funciona (essa parte eu li no livro preparatório de fadas n°5, acho que pulei uns 4 livros) Um livro extremamente importante para todos na cidade, até mesmo para Grish, por detrás de todo o mal, sempre tem uma razão. E qual seria a de Grayish? 

Tudo melhor… 

Bem, acordei meio dolorida hoje. Não estou nada bem, e Grayish está melhor. Havia parado de chorar um bom tempo, e estava aos poucos voltando ao seu estado normal de sensatez, mesmo que ainda tenha algumas olheiras, ela já havia prendido o cabelo em seu lindo e desorganizado coque. Isso já conta com um ponto positivo. O medo que Grayish sentira em acabar com aquela dor, aceitando a proposta do guardião, foi passageiro. Minha ex-fadinha que agora é minha fadinha de novo, aceitou o trabalho posto pela Terra Perdida, ela terá que fazer entrevistas com todos os moradores de lá, e uma curiosidade, ela me disse que em toda casa, há uma árvore genealógica dês do início do mundo mágico. Não entendi muito bem, até que ela me explicou.. “Eram três grandes magos, uma do fogo, outra da terra e os outros dois do ar e da água, obvio que o fogo quis a água, e assim geraram descendentes, lá somos todos irmãos. Não há um ser, que não nos é parente. E agradecemos todo o dia 03 de maio por existirmos, mesmo que os grandes magos já não esteja mais entre nós.” Palavras de Grayish, uma simples e delicada fada, e que andava sofrendo por ter queimado o livro do tempo, e agora, ela terá que fazer um livro do tempo. Tenho peninha da minha fadinha… =( Ah, mas também, quem mandou? O coração…Eu entendo Grish, eu ficaria frustada se visse o que ela viu no livro. Mas não posso colocar em minhas palavras o que eu não vi. Espero que entendam… Um dia peço Grish para me contar com calma o que aconteceu e escrevo a vocês.. Um dia quem sabe…!?


A história esperada - Grayish (Me perdoe Anne, por não ter dito antes)

O livro do tempo profetiza dês de seu nascimento suas realizações, até mesmo como você irá encarar a morte. Eu sou Grayish, uma fada cinza, que perdeu seu tom de vida, mas que continua a acreditar que o destino do livro do tempo pode mudar. Mesmo não podendo. Mas porque sou cinzenta? Porque eu vi minha morte antes do previsto. Perdi minhas cores como se não existisse mais. Meu brilho mal sustenta o voo. E sem o brilho das cores, jamais encontrarei o caminho para a Terra Perdida. Estou perdida assim como outros que também viram a morte antes do tempo, mas não podemos nos encontrar, vagamos por diversos mundos diferentes, tentando nos socializar ao máximo. E foi nesse ponto que conheci Anne, a minha "Ama". Ninguém nunca cuidou de mim como ela cuida, apesar dela ter um temperamento bipolar, ora sorri, ora chora. Eu não entendia esse estado, até me deparar com o guardião da Terra Perdida. Sim, sim. Além de ser uma fada cinzenta sem ninguém no mundo, estou presa, pela queima do livro. Anne mencionou sobre isso umas páginas anteriores. Vocês devem estar se perguntando, o porquê ? Não é mesmo? A resposta certa seria: "Eu não sei exatamente o porquê fiz isso", mas sei que muitos de vocês não iriam se contentar, assim como Anne não se contentou. Eu nunca disse o real motivo para ela, e espero que ela me perdoe por dizer a vocês primeiro. Sou uma pequena fada, triste e melancólica, não poderia esperar algo melhor.
"Minha familia sempre foi perfeita, minha mãe cuidou de todos os meus irmão como duas pessoas, foi a mãe e ao mesmo tempo o pai. Ela não gostava dessa comparação, mas eu conseguia arrancar um sorriso dela sempre que dizia isso. E lá na Terra Perdida, o sorriso de seu "Educador" é sua maior benção para a vida adulta. Na maioria das vezes, eu costumava enche-la de perguntas para o que havia acontecido com o meu verdadeiro Pai. Só que nunca obtive respostas. Então, como o livro do tempo havia todas as perguntas e resposta do passado, presente e futuro, decidi consultá-lo. Isso de fato não me levou a queimá-lo. Porém, foi o suficiente para eu ficar cinzenta. O vi, meu pai. E entendi porque minha mãe sempre chorava nas comemorações da estação, ele era um Tronk (espécie de pessoas que se pareciam com gravetos e matavam fadas). E ele tentou me matar logo quando nasci, a mim e meus irmãos, isso levou minha mãe a abandoná-lo. Só que ele não esqueceu, e eu vi, eu simplesmente o vi, na comemoração da primavera, faltava apenas 3 dias! 3 dias! O vi, levantar o graveto que havia em sua mão, o mais alto o possível, e cravar no 165° colar de gelo que estava pregado na árvore do saber. O 165° colar do gelo, pertencia a mim, seria meu no próximo aniversário. Matando o colar, nada sobra de seu dono. Nem mesmo cinzas para enterrá-las, a fada simplesmente some."
Eu não queria morrer, eu não queria deixar meus irmão e muito menos minha mãe, eu queria poder com o mesmo veneno, matá-lo. Mas eu já estava nesse mundo, sem brilho e cinzenta. Minha morte eu presenciei, e não a pude sentir.

Como as coisas estão...

Pelo que li, Grayish contou a história dela para vocês. Embora, não tenha dito o real motivo pela queima do livro. O guardião da Terra Perdida fica me interrogando a maior parte de meu tempo livre, isto é, quando não estou na escola, ou folheando os livros de fadas que Grish me deu. Mas enfim, sou uma pessoa muito ocupada. (Ta bom Grish, pode parar de rir agora). Perguntei esses dias do por que de tantas perguntas chatas! Era insuportável aquelas horas, olhando para o peito nu e moreno dele, com apenas duas alças cruzadas segurando as espadas. E aquele shortinho bege CURTÍSSIMO, era horrível! Sério, aquilo não era roupa de se usar para um interrogatório. Ele apenas me disse que queria saber o porque minha Grish havia queimado o livro do Tempo, mas e aí camarada!? Eu também não sei... E se eu soubesse, talvez entenderia mais a pequena fadinha cinza..
Bem, mas nada adiantou, ele ainda me cerca de perguntas, e Grish fica rindo de como estou tentando me ocupar o máximo de tempo, apenas para não ter que ficar observando o caos da moda me fazer perguntas. Até lavar louças eu lavei... E aprendi muito mais sobre as fadas. Li no livro preparatório de fadas N°6 que as fadas cinzas poderão voltar a ser coloridas. Ainda não sei como, mas descobri que estou adquirindo um novo e estressante hobby, Ler.. Uuuuuuurgh!
Grish também ri disso, mas sei que ela está feliz com a minha descoberta. Isso me dá um enorme sorriso de satisfação.
PS: O nome Grayish veio da avó de Grish que tornou-se cinzenta por arrancar um fruto da árvore da vida... Só profetas podem ranca-los, ela era meio pirada (pelo que eu soube) e pensava ser uma. Mas não era. Depois ela simplesmente voltou para Terra perdida com todas as cores. Grish que me contou, ficou sabendo disso olhando na árvore genealógica de sua família para uma nova reconstrução do livro. As vezes faço companhia para ela, mas prefiro escutar o cara sem gosto nenhum para roupas falar.. Ou interrogar..
(Sim Grish, o livro é muito chato, espero que eu também não fiquei cinza por ter dito isso!)
(E de novo Grish, para de rir, agora to perdendo a paciência).

Aaaah... Eu encolhi? 

Meu Deus! O que é isso? "Calma Anne, respira" Eu repetia isso para mim mesma igual uma idiota, pois eu não conseguia me acalmar. Sentia minha face queimando e tão corada que eu estava, e minhas bochechas estavam dormentes porque eu não conseguia parar de sorrir. Era tudo incrivelmente perfeeeeeeeeito! OMG! OMG! OMG! Grish por que você não me contou sobre isso antes? Agora eu fico aqui sorrindo igual uma pateta admirada olhando todos os cantos dessa cidade. Uuui! Não quero ir embora mais.
Bem, está tudo ocorrendo muito bem com a construção do novo livro do tempo, Grish já terminou a árvore de uma família, agora faltam só 12. (Sim eu sei, falta muito ainda, mas estou sendo apenas positiva, já que minha fadinha não consegue ser, ela é muito mal consigo mesma). E o guardião disse que Grish teria que ir para a Terra Perdida conversar com essa família, saber se está tudo em ordem, sabe? Para no final o profeta "Batizar" - sei lá como eles chamam na terra deles - o livro, e todos os segredos voltarão.. Legal essa história!! Mas ainda mais legal porque Grish não iria sozinha, teria que ter um guarda costa - ela é uma criminosa terrível lá - e esse guarda costas era Eu!!!!! Uhuuuu!
Enfim, sentia minha face queimando, acho que quando eu chegar em casa ela vai estar cheia de bolha de tanta vergonha.. (triste).. Era tudo muito lindo, várias flores de cores intensas bem primaveril, e que perfume! Embora estivessem bem longe de mim, sentia-lhe o odor como se estivesse em minhas mãos... Grish caminhava ao meu lado e.... OMG! minha fadinha estava do meu tamanho! Ela deve ter se assustado com meu grito, pois olhou para os dois lados preocupada, e depois voltou a olhar para mim como quem dizia "GRITA DE NOVO E TE MATO" estou começando achar mesmo que ela é uma criminosa terrível.
Grish! Você está do meu tamanho, olha, agora consigo te ver melhor!! Ela apenas respondeu com uma impaciência nata, "Você é que encolheu abestada! O mundo é muito pequeno para você" Vish, nem tinha pensado nisso.
Bem, estávamos com o guardião que ao ouvir isso começou a sorrir. "Que foi assassino da moda? Ta rindo de que?" Oras! Ai que fiquei ainda mais vermelha, eu quero morrer.... Eu encolhi.. Eu.. Eu.. Eu virei um inseto... Agora eu quero ir embo.... O QUE ERA AQUILO?
OMG! OMG! OMG! OMG! Não, não, não, eu não quero mais ir embora....

O caminho dourado

Estávamos andando sobre "o caminho" dourado. Eu gostava de chamar assim. Fazia eu me sentir bem. Foi nessa parte em minha longa jornada com o "destruidor da moda" e minha fadinha que eu decidi que queria ficar. Não era um dourado comum, era brilhante, ofuscante desconhecido, era mais dourado do que o próprio ouro, não era um dourado escuro pois aqui na Terra Perdida o sol era muito longe e esse caminho iluminava toda a cidade, tornando o dia claro e aquecido. Ele tinha um ar meio doce, meio formoso, sempre que passava ali eu me encantava, dava-me vontade de dançar sem música, apenas para que aquele "caminho dourado" pudesse me notar como eu notava ele, como se eu precisasse pedir a bênção dele para eu viver, apenas sentia algo explodir de felicidade dentro de meu coração, algo que eu não conseguia me conter. Esse caminho tão doce e meigo embriagou meu coração com suas luzes, clareou meus problemas e me fez esquecer de todo resto que estava acontecendo, até a possibilidade de eu reprovar em certas matérias da escola.... Aaaaaaaain por que fui lembrar disso? Perguntei Grish do porque aquele caminho nos dava tanta comodidade. Grish com seu jeito super paciente que tinha para com Anne sabe, disse "Ele nos faz sentir melhor, nos faz sentir em casa, porque ele é o Deus daqui", O QUÊ? Ha-ha-ha o caminho era um Deus? Que história comovente essa.... O guardião me olhou de canto de olho e disse que era verdade. Aaaain que estraaaaanho, estou pisando num Deus! Grish me disse que não era tecnicamente pisando, estavamos caminhando sobre sua inteligencia. "Ahá, estamos esmagando suas ideias Grish!". Acho que eu devo ter falado algo bem estupido, pois Grish levou a mão ao rosto e sacudiu a cabeça com a sua "paciência para comigo". E depois ficou quieta, nada mais me explicou, estava estranho aquele silêncio, e eu ficava imaginando pisando em crânios de deuses perguntei para ela de como ele conseguia ser dourado daquele jeito, e ela disse que era o Néctar.... Espera um momento! NÉCTAR? Ta de brincadeira. Não entendi muito bem como o Néctar podia virar aquele caminho maravilhosos e aconchegante, o Néctar então seria Deus? OMG! Já não estou entendendo mais nada, Grish deve ter percebido pois estufou o peito com orgulho e me disse "Não existe explicação exata para a natureza da Terra Perdida, sua criação é Perdida, Não existe nenhum conceito sobre seu surgimento, por isso o nome, foi criada com o objetivo das pessoas serem felizes sem ter um motivo. Pois aqui saber não é tudo, se você quiser ter tudo, basta ser feliz sem razão para tal coisa. Porque até o próprio lugar não tem sabedoria de como começou, pois não procuramos perfeições! Apenas conforto.".

Flores fofoqueiras...!?

Tudo era dourado, o perfume estava ficando cada vez mais intenso a cada passo que dávamos. As flores gigantes de olhos abertos, fofocavam sobre a minha suposta reação com esse lugar. Flores! Que tem olhos! E fofocam! Aff, já não bastavam as vizinhas de minha mãe ficarem me espreitando com os olhos de uma curiosidade que nem sabia que era possível existir, agora flores! Flores! Quem é guarda costa aqui? Grish até agora ria. Bem, bom pra ela, e ela ficava dizendo "Eu disse que o mundo daqui é muito pequeno pra você Anne, você não me escutou" Sim, sim, eu sei que sou teimosa, mas ela poderia também ter me contado sobre as supostas "fofocas" que estavam acontecendo. Criticas de meu cabelo bagunçado, de meus incríveis olhos castanhos que eu amava, diziam que era sem graça da cor da terra....... Grish, cala a boca dessa planta infeliz ou eu arranco ela quando eu ficar maior.. E sim, isso é uma ameaça....

Phoomp e o espetáculo de inverno.

Como havíamos andado muito e Grish estava um pouco fraca por causa da sua perda de vitalidade, resolvemos parar um pouco para descansar. Paramos então, numa pequena casinha feita com muita delicadeza da flor "copo de leite" virada pra baixo, o que era extremamente magnifico. Olhando isso eu pude jurar que estava do tamanho de uma formiga, mais uma vez, obrigada Grish. A flor que agora nos abrigava, tinha pequenos vagalumes como luminárias que formavam um lindo lustre e deixava no ar uma melodia suave e comovente, se eu tivesse praticado todas as aulas de piano, talvez ate descobriria que musica seria aquela, mas como não pratiquei, resolvi só escutar. Havia acolchoados encostado por todo o canto das parede da flor, eram todos feito de pedra e folha de arvores, que agora ao meu ver, eram gigantes. O ambiente tinha uma fração significativa de verde, muita pedra e madeira, tornando tudo mais rustico e elegante. As únicas coisas esquisitas eram que, primeiro: os acentos não acompanhavam mesas, não havia mesas em lugar algum, e segundo: no meio do salão havia uma enooorme cama elástica quadrada e amarelada que prendia os quatro cantos nas quinas da flor. Quando abri a boca pra perguntar o que era aquilo, o guardião me disse que era uma pequena cama elástica feito da teia de uma aranha amiga. ARANHA ? AMIGA ? AIN. Olhei para Grish assustada pensado no show de horrores de diversas aranhas ou daquela parte do filme do Harry Potter em que aparece varias aranhas, Anne sua idiota, você não ta num filme e nem tem uma varinha magica, e, ain Jesus, só piorei a minha tese ! tinha que ser aranha ? eu ainda não estava preparada para virar a mulher aranha, Grish sorriu.
- Pra que serve tudo isso ? - Grish ainda sorrindo respondeu "Você já vai ver".
Resolvemos sentar num canto não muito longe da cama elástica, Grish não queria que nada atrapalhasse sua visão.
- Eu costumava vir aqui com minha mãe - Disse-me ela certa hora. Fiquei meio comovente, não sabia ao certo se deveria falar alguma coisa. Acabei optando por permanecer em silencio. E acho que foi a melhor opção para Grish também. Depois de pedirmos a comida, que na verdade era mais uma salada de fruta do que um jantar, reparei que o salão estava todo preenchido. Haviam fadas e varias outras espécies de " pessoas sobrenaturais" sei lá como chamam. Eles tinham os olhos parecido com bolas de gude. Perguntei a Grish o que eram, mas ela estava bastante entretida nos seus pensamentos passados que nem reparou toda aquela gente. E de repente, BUM ! Um chuva de flocos de neve se espalhou pelo ambiente e Grish deu um gritinho agudo ao meu lado, o que me fez dar um outro pulo de susto.
- Anne! O inverno! Minha estação favorita ! Nem acredito ! - Seus olhinhos estavam tão quentes e harmoniosos que nem parecia minha fadinha cinza que estava ali, e eu fiquei imaginando, como Grish seria quando estava com suas cores. Então houve uma outra explosão e sete fadas brancas entraram no ambiente deixando tudo gelado, foi um espetáculo ! O ballet, a magia e todas as artimanhas feita em cima daquela cama elástica de teia de aranha. URGH ! QUE NOJO, que na verdade virou uma pista de patinação no gelo. Acho que fiquei hipnotizada com o espetáculo inteiro, OMG! Era tudo muito lindo, limpo, suave, ora vinha uma garoa, ou vinha flocos de neves que repousava com graciosidade nos nossos braços. Agradeci pelo show nao ser de horrores, fiquei muito aliviada que eram so fadinhas bailarinas. Depois que todo o espetáculo acabou, Grish se levantou animada segurou meu braço e gritou - Phoomp! Phoomp! - uma das bailarinas virou assustada para a platéia procurando por alguém, mas nada viu. Grish ainda animada, Gritava por ela - Phoomp! É minha irmã Anne ! Ela está tão linda ! Phoomp! - O guardião então se levantou e ficou de pé na frente dela, bloqueando sua visão até Phoomp, antes que ela percebesse algo de estranho. - Vamos Grayish, temos que terminar o livro - Mas Grish já havia percebido, como eu também percebi, e nesse momento ela havia voltado a ser apenas a Grish, triste e cinza de sempre. Phoomp não podia vê-la, Grish se tornou um nada na própria terra.


O reencontro de Grish

Eu devia ter me preparado para o suposto reencontro de Grish com a familia. E como eu, sendo sua guarda costas não pude fazer muita coisa. Seres humanos apesar de encolherem e de ser alvo de supostas fofocas de flores não podem entrar nas casas de fadas e nem lhe dirigirem as palavras se não for abençoado por um dos profetas da região. E é claro que eu não queria que a avó biruta de Grish fizesse isso. Grish carregava um livro novo e pesado nas mãos, cujo havia começado seu trabalho para a restauração daquilo que foi queimado, apesar de eu não saber como fariam para que todo o passado e futuro voltassem, mas a tarefa dela era escrever (toda) TODA e TODA a geração da terra perdida. Grish, me perdoe, mas eu estou com tanta pena de você, não Grish, eu não sou uma galinha, só estou com Dó, hein ? nota musical ? '-- okay Grish, deixa pra la... Bem, o reencontro de Grish com a familia foi de partir o coração não porque foi emocionante como nos filmes e que todo mundo chora. Grish, você sabe como choro por tudo. Snif, Snif. Mas foi doloroso,ninguem a viu, e diferente de Phoomp no espetaculo, ninguém a ouviu. Ela era apenas um borrão de cinzas que flutuava por todos os cantos ds cidade. Grish que hacia secado as lágrimas, chorava imensamente enquanto escrevia as benção no livro, enquanto escrevia um novo futuro, sombrio e bem pior do que estava esperando por ela. (Força Grish) eu ainda tô aqui! Mesmo que essa MERDA de barreira PRAGMÁTICA me impeça de entrar. Eu virei um inseto e juro que se o livro não te matar EU TE MATO GRAYISH! Eu te mato com um só peteleco. Tá rindo de quê margarida ? Toma conta da tua vida.


O sumiço de Grish

Grish acabou querendo ficar sozinha depois que saiu da casa que um dia foi sua. Como ela não podia sumir mais, pois fui designada para tomar conta dela, e um laço que nos unia a alma não nos deixava separada. Entretando ela me pediu para dar um tempo a ela, ela queria ficar um pouco só para reorganizar os pensamentos e para voltar a se sentir bem. E eu como uma boa amiga consenti e respeitei seu espaço, e desde então ela não voltou mais, e mesmo com o laço é meio difícil achá-la no meio de um monte de fadas que não me viam e que também não viam ela, meio difícil de se obter informação ne '-- . Eramos fumaça transparente apenas, como se nem estivéssemos ali. É estranho, pois estamos falando sobre o livro do tempo e como vamos reconstruí-lo se ninguém pode nos ver ? Santo Jesus das fadas! Esse lugar é sinceramente muito esquisito. Grish,onde você estiver, volte para a gente conversar, prometo que não vou discutir, nem falar das suas olheiras horrorosas e nem te culpar por eu ter virado um inseto. Ta bom! Também juro que não reclamo mais das coisas sobrenaturais que está por acontecer e nem por você ter queimado essa MERDA de livro. Desculpa o meu temperamento, serei um doce a partir de hoje, mas volte por favor. EU JURO QUE SE VOCÊ VOLTAR EU NÃO BRIGO MAIS COM VOCÊ, e nem com esse pesadelo da moda. URGH! Que aliás senhorita Grish, está me matando, ou tentando me matar com as bentidas roupas que tanto usa, agora eu vejo como ele consegue ser de verdade. ECAAA..


Apenas poeira

Bem, felizmente Grish voltou e infelizmente ela leu TODAS as minhas juras e desabafos que fiz com vocês, e disse-me que terei que cumpri-las. (DROGA!) Não Grishinha,
não tô reclamando não, não tô não, ok Grish, já entendi. Ela ainda está meio tristinha, mas as coisas parecem que aos poucos estão se acertando. A saudade dói, e ela acaba chorando todas as noites ainda por não poder presenciar e gozar da familia dela como eu poderia se fosse com a minha. Eram tantas pessoas, que para ela, foram deixadas para trás. Certa noite, no meio de umas das flores (novas ainda, não adultas e fofoqueiras) fomos dormir e a chamei para saber o que realmente aconteceu que a fez queimar o livro do tempo. E ela me devolveu a fala com uma simples respostas "Já se sentiu mal amada? Sem importância? Pois é Anne, a gente quer ser alguém antes de morrer, quer ser alguém para quem tanto nos importa e acima de tudo quer poder mostrar para essa pessoa tudo o que você é de verdade. E eu ainda não fiz isso. Você chora por uma briga com sua mãe, ou porque seu relacionamento não vai bem. Maseu choro porque todos os que me importam não verá que eu também posso ser importante. Hoje então, não sou nada mais que poeira que eles limpam quando passo pelas casas" E depois disso Grish virou para o outro lado da grama e pude jurar que ela chorava por tudo que não terá mais na vida, mas que tanto importa para ela.


O lago dos desejos

_Acorda Grish, acorda, acorda, acorda!! Você tem que ver isso, MDS! Você tem que ver isso! - Eu segurava os braços de Grish e a sacudia sem parar de tão eufórica que estava e nem sabia o que era aquilo, Meu Deus! O que era isso tudo? Se eu tivesse no meu tamanho normal juro que daria um único peteleco nessa fadinha que não acordava de jeito nenhum. - Grish!!! - Ela lentamente abriu os olhos, - Volte a dormir Anne, ainda não é hora de continuarmos o livro - e os fechou novamente. - Grayish!! - Dei um grito que ela rapidamente se pôs sentada olhando-me como quem iria me matar. Apontei para algo atrás dela e ela logo viu o que tanto me admirava. Eu não sei como fomos parar por lá, mas eu estava adorando a ideia de ficarmos por ali. Grish se levantou e saiu correndo, -Anne! é o lago dos desejos! Como viemos parar aqui? - Pelo que pude notar, não adiantava perguntar nada pra Grish, pois ela também não sabia. Percebi que a flor que dormimos estava caída no chão, ela deve ter sido arrastada até aqui e provavelmente o vento deve ter feito isso. Eu ainda olhava tudo, tentando investigar como havíamos parado ali quando notei que Grish estava entrando no lado e OMG! Que garota louca! - Grish, saí dai garota! E se tiver um jacaré? - Ela me olhou incrédula, - o que seria um jacaré para Fadas, Anne? - Ignorei sua pergunta ainda com receio. Ela suspirou e disse - Se você estivesse no seu tamanho normal, o que isso seria? - ela perguntou apontando para todo o lago. - Olhei as extremidades e eu conseguia ver todas as bordas, me imaginei no tamanho normal e conclui abismada - Uma poça de água - Grish sorriu - Não é uma poça qualquer Anne, ela realiza qualquer desejo seu. Entre também e faça um pedido. - Eu não sei ao certo que o Grish queria pedir, mas pude notar que dependo de seu pedido eu nunca mais a veriam novamente e isso me deu um certo desconforto - Eu to com medo - deixei sair sem poder me conter. Grish estava com os olhos fechado mas pude notar que sua alma sorria, não sei se ela ouviu meu desabafo, mas se ouviu não pareceu. Ela simplesmente mergulhou e tudo então sumiu.

POFT!


De volta ao mundo "Normal"

Era desesperador, sombrio e tudo muito quieto, eu não sei bem o que houve depois da descoberta do incrível lago .. era como pisar no paraíso, como se eu nunca houvesse existido para alguem. Eu tentava inúmeras vezes abrir os olhos, mas fracassava no mesmo instante. Era como se tudo estivesse perdido, como se Grish tivesse desejado não estar mais viva. Apesar do medo incessante eu sentia algo confortavel que me acalmava, algo que dizia que eu nao estava sozinha. Uma brisa gelada me permitia sentir que apesar do acontecido eu ainda estava a par de meus sentidos e usufruia deles para tentar entender o que houve, mas era algo completamente indecifrável. Eu realmente estava começando a acreditar que Grish fizera uma grande besteira. Quando algo muito durou agarrou meu braço e eu me senti como se estivesse sendo puxada. Bem, viva eu ainda estava ne, e isso era com toda a certeza, uma ótima noticia. Senti que o aperto no meu braço cessou e eu consegui depois de vários minutos, pela primeira vez respirar.
-Anne ! Pelo amor de Deus ! Aonde você foi se meter !
Consegui sem muito esforço, abrir os olhos, tudo ainda estava muito embaçado, mas eu o vi perfeitamente. De todas as pessoas do mundo que eu queria ver, ele era quem eu tentava esquecer para seguir em frente, não queria mais ver ninguém. Esqueci até de Grish por um momento me permitindo apreciar aqueles cabelos loiros e lisos molhados e caidos pelo rosto, e os olhos azuis abaixo da sobrancelha franzida especulando uma linha intensa de preocupação.
- Queria morrer ? - Ele ainda me olhava esperando que eu dissesse algo, mas a única coisa que consegui pensar quando me sentei foi que tudo havia desaparecido. Toda a Terra Perdida, eu estava no meu tamanho normal. Fui tirada de um lago enorme que abrigava no meio um lindo chafariz dos desejos. E Heitor me olhava assustado como se eu fosse uma suicida.


Reprovada!

- Eu juro que não sei o que houve, Heitor! - Eu tentava inutilmente convencer o Heitor de que eu não sabia como havia parado no lago. Depois que ele me encontrou desacordada e me tirou da água, seguimos para minha casa que ficava próximo ao lago em que estava. Eu não tive mais sinal de Grish desde o mergulho dela no lago dos desejos e começava a duvidar de tudo que havia acontecido. Heitor havia me dado um pouco de chocolate quente e me embrulhado numa toalha, e eu enfrentava um novo tipo de interrogatório, mas esse ME acusava, não acusava Grish. Pra quem não sabe, Heitor foi um namorado meu de uns tempos atrás, Grish havia me ajudado a superar todas as supostas "tristezas" que ele havia deixado em mim. Parecia que minha pequena fadinha não acreditava no amor, pela sua frieza, mas eu pude ver que ela só não gostava do que me entristecia. Ah, que saudade que eu sentia dela :( chegava a doer meu peito. O mundo minimalista era tão mais intenso e maravilhoso, as cores, as coisas naturais, sentia falta ate das salada de fruta como janta. Grish se você estivesse aqui, me acusaria de suicida também ? ou sera que ela está recebendo as mesmas afrontas por lá?Eu não tinha como saber de nada sobre ela, e era isso que mais me entristecia. 
- Ah, então você some por um dia e não sabe como foi parar no lago ? - Heitor ainda não acreditava no que eu havia dito a ele, se fosse um tempo atrás eu ate ficava sentida, mas hoje ? Ah não,as coisas mudaram. Ele já não era tudo o que eu achava que fosse pra mim. - Olha Anne, eu sei que você ficou sentida com o nosso término e que por isso você acabou reprovando em algumas matérias da escola, mas você não pode tirar a sua vida por mim, entende ? - eu não conseguia nem pensar direito nas baboseiras que ele falava. - Não é nada disso Heitor, eu não posso explicar de fato o que aconteceu, mas tenha certeza de que eu não tentei me matar. Além do mais, as coisas mudaram muito entre a gente. Por favor, me deixe sozinha um pouco? - Ele por mais difícil que fosse acatou minha decisão e me deixou sozinha no meu quarto, eu queria chorar por perder minha Grish, por não tê-la mais, apenas por saudade, mas então eu notei, um leve brilhozinho embaixo de meu travesseiro. Não Anne, você só pode estar imaginando coisas. Mas quando eu o levantei, lá estava ela, cinza com dourado, dormindo tão doce, tão pequena que tudo que eu tava sentindo sumiu, foi como se a nossa viagem nunca tivesse acontecido, será que esse foi o desejo de Grish? Eu não sabia, já não pensava direito, só conseguia pensar em uma coisa. COMO ASSIM EU REPROVEI EM ALGUMAS MATÉRIAS NA ESCOLA ?




Um comentário:

  1. Oi Lorena... Sou eu, Willian (meu nome na internet é Sephiroth, então se algum dia vc encontrar um Sephiroth no Yahoo ou qualquer site por ái, provavelmente sou eu kkk kk :P).
    E aí ??? ?? Essa história vai continuar né ?? ??? Eu quero continuar lendo ^^

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