terça-feira, 8 de maio de 2018

Como caco


Sou copo, de vidro, estilhaçado no chão
Sou corpo, em vida, enterrado num vão
De dorso, mentiras, desvairada sessão
Em verdades, não ditas e agora cacos espalhado num porão.

Sou carne, mal passada, intacta e fedida
Sou jóia, quebrada, sem valor, bijuteria
Sou taça, sem nada, mas cheia de insignas
Digo a verdade, mesmo eles achando que é mentira.

Quebrada, boneca, ensanguentada
Confiança em verdades que não mais se acredita
Como caco sigo
Tentando colar meus pedaços de vidro.

Estilhaçada no chão
Procurando algum sentido
Acreditando ou não
A verdade, é a que digo.

Frase mal dita


Era para ser uma frase mal dita 
e nao uma frase maldita
Mas é que as vezes as pessoas confundem as palavras
Ou não lêem direito
Acabam interpretando errado.
Mas eu digo e repito
A frase mal saiu da boca do mendigo
Que mendigava atenção 
Pobre coitado! tanto dinheiro na mão
Mas nenhuma palavra boa no coração!
Diziam que ele era rico,
mas quando falava era uma frase mal dita
que ninguém na verdade entendia
E ficava a maldita confusão
Será que ele quis dizer o que disse?
Ou será que disse  porque havia de dizer?
A moça entretanto disse...
E ninguém quis escutar,
mas ela acostumada com essa escases
Deixou passar 
E então disse outra coisa
Mais inteligente, que adultos gostam de conversar
Ouviram a moça, sem ela precisar chamar
Mas não era o que ela queria
ela queria falar o que sentia
ela queria falar sobre musica,
dança, teatro, filosofia, poesias e criança !
Ela queria viajar
Mas ninguém ao menos quis escutar
E sem nenhum dinheiro na mão
Foi sentando no chao
Pedindo esmola para quem passar.
E o doutor Ja estava maltrapilho,
sujo feito lixo
Jogava dinheiro na rua
Mas nenhuma palavra boa para os amigos
E ainda diziam que ele era rico.
Mas que sociedade mais maluca ! 

Amor de mares


Vendo o mar
Ziguezagueando de vagar
Indo e vindo, sem ter com o que se preocupar
Lembro-me de nós duas
Sorrindo e chorando despedidas!
Naqueles mares que juntava tão longe você
E nas conchas que joguei ao mar
Tentando te mostrar que estava contando as horas para te ver
Tentando te dizer que a imensidão do oceano era pouco para nosso amar.
E que nada no mundo me faria te esquecer.
Hoje quando aquele mar aparece em vista
Me vem saudades de um beijo agridoce
A doçura de seus lábios com o sal da maresia
O frio daquele vento e o calor de teus braços
Esquentando-me no mês de novembro
Fazendo juras de que toda aquela distância acabaria.
E acabou!
Hoje acordo todos os dias
Com o cheirinho de seus cabelos a me despertar
E todas as conchas que joguei
Todas as orações que um dia fiz
Realizaram meu sonho de ter você aqui
Todos os dias pertinho de mim
Todas as conchas que guardei
Para fazer um colar para ti
Tentando garantir que você nunca iria se esquecer
Que é você quem me faz feliz.
E todas as praias que visitei
Em silêncio falei de você
Para que todas elas saibam
Desse amor de mares, de novembro, de Rios, Julho e Setembro
Para que cada gota represente o amor que sinto crescer.
E que cada gota viva a felicidade que estou vivendo em te ter
Todos os dias em minha vida.

(Para minha Jóia Rara, mesmo sabendo que não irá ler)
Eu te amo <3

sábado, 5 de maio de 2018

Obra de Arte


Cheia de som, gingado e passarela
Numa dança com pandeiro, uma donzela
Dizem que ela é uma classe
De um Clássico que um famoso lançou.
Mas não imaginou que seria tão bela!
Ela é poesia, é rima, minha metade
E dela hoje me faço em tira
Me derreto em frase
Porque não sou nada
Comparada a ela
Minha mais linda Obra de Arte