segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Querido amor


Querido amor
Me amar não é o suficiente quando me sinto sozinha
Sentimentos variam como estações
Hoje o inverno chegou em minha vila
Tomando meu coração e perturbando suas razoes.
Hoje eu me sinto só
Mas eu não estou.
O outono se foi com as folhas
que de mim se arrancou.
Não há voz, não há emoção
Quem somos nós? 
Quem foi o nosso calor?
O calor do dia quente de verão...
Aquela primavera em flor...
Brotamos na praia feito cactos
sobrevivemos durante secas de amor
Fomos treinadas para resistir...
1825 dias de treinamento, 
para eu deixar de sentir?
(O que sobrou de) você em mim...(?)

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Linha tênue


O céu nublado dessa manhã cinzenta 
Me faz refletir sobre um tempo atrás, de inspiração 
A chuva sobre o chão, empoçam meu reflexo em fenda  
Numa linha tênue e embaçada de satisfação 

Olhando-me ali, me perdi de mim mesma 
Em pensamentos vã, aonde anda eu? 
Na chuva, na rua, na tua linha tênue embaçada empoçada em caretas 
No chão, abastecida e redistribuída no inverno dessa primavera que morreu. 

Cai a chuva, em gotas finas e lembram como estava frio a ciranda 
Era inverno eu não nego, estava esmaecida, em linha tênue meu pensamento 
As risadas congeladas pelo tempo não me deixam esquecer as façanhas 
De um tempo frio, exaltado, congelado, alagado de inspiração e contentamento. 

Se esbarra a poça, pés calçados, pisoteiam sem pedir licença 
E úmida, empoçada, ela se alastra pelo chão 
Meu reflexo que nela continha se foi arrastado pelos passos e percebi que era isenta 
O sentindo de volta na linha tênue, do teu coração.

Eu Poético


Hoje eu me deitei em prosa 
Como a muitas noites não fazia
Cansei! Ando cheia, ando cansada, ando pensativa 
E a poesia é a única que me alivia 

Plantei diversas flores, 
Cultivei diversos conhecimentos recentemente 
Cuidei de meus amores 
Mas a poesia é a unica que me entende 

Olhei a lua vagarosamente nítida no céu 
E disse coisas simples e inspiradas  
Mas meu coração não estava interessado no azul de teu véu
Queria por no papel os versos em estrofes caladas 

E para compensar minha falta de controle de mim mesma em devaneio  
Escrevo a fim de lhes mostrar 
Que nem mesmo eu controlo meus anseios 
Quem me controla são as rimas da poesia que estou a criar

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Ultimo dia de sonhar


E de repente, sem nenhuma explicação, me peguei pensando na vida
Quem eu fui quando criança?
A garota da Rua C, Casa 8, toda tímida?
Que todos os dias, na rua, procurava alguma mudança?

Um cabelo ralo, acastanhado, ondulado
Dentes tortos, grandes e desproporcionais 
Com brilho nos olhos, sorriso intacto, notável
Olhar de quem fantasiava coisas reais.

Chegava da escola, sem trocar o uniforme
Ia para rua caçar besouros
A guerra de mamonas não era seu forte
Se escondia no céu, entre estrelas, em cima da árvore seu tesouro!

Falava sozinha (e ainda fala)
Vivia cada dia como se fosse o último
Contava histórias e inventava
Fazia o mundo acreditar no absurdo!

Corria mais que todos, caia e se machucava
Na hora do banho chorava, desolada
Ardia muito aquela água
Era a pior dor do mundo, mas passava

Andava de bicicleta até não conseguir mais andar
Corria no areal até a cabeça se encher de areia
Era pique-esconde, pique-bandeira ao luar
E antes de dormir um livro de cabeceira.

"Ah, pai só mais um capítulo"
Foi a frase mais dita à um pai durante a madrugada.
E no dia seguinte "Pai preciso de um novo livro"
Dizia desesperada.

Ela era mesmo uma menina danada!
E cresceu, tão fraca em sua própria fortaleza.
Mas se fez forte em meio as espadas,
Descobriu que o mundo não era aquela miudeza.

A rua C, virou Ameixa
O número 8, 89
Ainda há um livro de cabeceira
E um amor ao teu lado a noite, dorme.

Ainda fala sozinha, e tem jeito de menina
Por acreditar no impossível
Mas tenta manter seus pés no chão destemida
Pois ela sabia que se acreditasse, o mundo seria incrível.

Aprendeu a transformar a lágrima num sorriso
Aprendeu a apreciar outro tipo de música
Aprendeu a tomar um café lendo um livro
E a encontrar a felicidade em coisas confusas.

Percebeu que quanto mais velha fica
Mais o medo a cerca,
Quem lhe dera ser uma motorista!
Como quando menina que brincava no fusca de seu pai as cegas.

Se formou, arrumou um emprego
Onde pode sonhar
E só então percebeu que em todo lugar há um lampejo
De seus sonhos a se realizar.

Aprendeu que a beleza é um estado de espirito
E que a felicidade vem com a paz de SE amar
Seja em poesias, versos ou num livro
Dizia: "Se ame, até sua história terminar"

E então? Ela cresceu... E o que está fazendo?
Vivendo sua história, inventando outras
Estudando, amando, sorrindo e aprendendo

A dor passa, a felicidade chega
A tristeza acaba, e seu sonho se completa
Se ame, e seja! Seja todos os dias eterna.

E agora? E aquela menina? Onde está?
_ Por ai, sonhando no presente
Como se fosse o último dia de sonhar.


quarta-feira, 21 de agosto de 2019

A natureza fala...


Os pés na terra 
Molhada...
Coitada!
Chorou a noite inteira desolada!
A natureza fala...

As mãos na praia
Plastificada...
Coitada!
Sofria o luto por seus animais sempre calada!
A natureza fala...

O rosto no céu escuro
Em lágrimas...
Coitado!
Chorava pela mata desmatada!
A natureza fala...

O corpo sedento
Respirava...
Coitado!
Os animais corriam contra as queimadas!
A natureza fala...

As árvores morriam
O chão apodrecia
Os animais fugiam
E o dinheiro? Salva! 
A natureza fala...

"Viva! Viva a sociedade alienada!
Respire teu dinheiro,
Coma teu dinheiro,
Mergulhe em teu dinheiro...
Depois não diga que não avisei"

E o dinheiro? Salva!
E o dinheiro? Salva!
Mais uma vez chorei...
No meio de suas falas...
A natureza fala ...

* Imagem - Hosana de Lima

domingo, 16 de junho de 2019

Me escrevia ...


Linhas em pautas, pergaminho e tinta
Línguas deslizavam riachos de estrias
Em buracos profundos, celulites e rimas
Me escrevia em prosa, poema, poesia!

Me escrevia em tons anis, aquarela em tom rosé
Pintava todo meu corpo em giz, tela de prazer
Meu corpo seria um rascunho de Assis, Vermeer ou Monet?
Um livro, uma escultura, um quadro que só você há de ler...

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Visitantes da Janela


Há quem diria ser beija flor
Todo o aroma adocicado de primavera
Levando e trazendo perfumes com todo o labor
Visitando-me pela janela.

Mais tarde pelos ventos do litoral
O inverno chegava, saudoso sentinela
Sobrevoando as árvores pelo quintal
Um pica-pau! Visitando-me pela Janela.

Um chamado estridente e feliz de quem encontrou comida no fim de tarde
Procurando em meio a cidade, tua fruta, tua floresta
Eram o macacos pulando de arvore em arvore,
E visitando-me então, pela janela.

A noite ao som silencioso da lua
Entre estrelas sobrevoavam em tons de fera
O morcego se rende pela rua
E eu me rendo a ele pela janela.



segunda-feira, 10 de junho de 2019

Ouvi das Flores


Ouvi das flores em sossego
Que o sol faz bem a elas
Mas o sol em exagero
Lhe queima as pétalas.

Ouvi das flores em aconchego
Que a água alimenta suas matrizes
Mas a água em exagero
Lhe afoga as raízes.

Ouvi das flores em desespero
Que todo vento lhe acalme
Mas o vento em exagero
Lhe quebra o caule.

Ouvi das flores em teu berço
Que a terra é tua moradia
Mas a terra infértil em exagero
Lhe tira a vida.


sábado, 8 de junho de 2019

Cordel


Em meu corpo dobraduras, um simples papel
Em meu dorso, curvas que você percorreu como um carrossel
Romantizando línguas, lonjuras que seria teu pincel
Me escrevia poesia, calada na censura de um cordel.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Brilhantes nós


Era noite de luar
Quando parei ao alto da janela
Afim de lhes contar
Segredos meus e também delas.

Era noite de luar
E todas me apareceram
Saudosas, comemoravam constelações a recitar
Casos que já se esqueceram.

E mesmo tão longe
As vi! Ouvi!
E me deletei em teus nomes

Que nem sei de cor
Mas desenhei, escrevi e senti!
Saudades de teus brilhantes nós.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

La'aura de Laura


Nasceu uma estrela,
Com a aura azul estrelar
Ela aura era a própria delicadeza
Que vivia la e cá a encantar!

Nasceu da cor azul sorridente
E como um pássaro Lá a aura está
Seria um mundo dela, anil, turquesa, celeste
Voando, voando a encantar!

La a aura se vai...
Laura sorri sempre azulada
Entre o alto céu e o abismo se distrai
Num autismo de tua aura delicada

Ela aura grita e se opõe
A alma azul se faz tão jus, na fortaleza
Da aura mansinha da menina que se dispõe
Da birra, mas La'aura ja foi dormir e sonhar estrelas.

*Branquela mais linda da tia *

terça-feira, 16 de abril de 2019

Lágrima do Estressar


Eu vou guardar uma lágrima 
E colocarei o nome dela de lágrima do estressar 
Para os dias raros que me faltar a calma
Afim de lhes mostrar ... 

Eu também "posso" me estressar. 

Depositarei nos olhos para lacrimejar 
E gritar entre as paredes da maça dos rosto 
Esbravejando em minha mesma, a deteriorar 
Sintonizando a calma sem esforço 

Eu "posso" me controlar ... 

E então toda vez que soar os olhos 
Em sinos que não se badalejam
Ao cair da chuva sem destroços
Seriam lágrimas que não gotejam 

Isso tudo é imensamente para expulsar 
Dentro de um enorme coração, O tal sentimento
Eu digo que também posso me estressar
Mas essa lágrima não vá se criar em meus aposentos.

Eu sei que "posso" me cuidar ...

domingo, 7 de abril de 2019

A última carta


Apesar de não escrever
Eu leio.
Apesar de não rimar
Eu sinto.
E me ponho a lembrar
De todo infinito
Da saudade a bajular
De um planeta distante, conhecido
De um céu, tão longe, 
Tão rico!
Que aparece no luar
Que vive, inspira, consome
Poesia a voar...

A Poesia dentro de meu Ser


A textura do papel
A maciez da lapiseira
O contorno das linhas
Meu limite!
Se esvai pelas beiras
O apagar do grafite
Dos anos que se passaram
E o garrancho da letra
Se matem, persiste por onde passo
Uma história, uma rima
E de mim um pedaço
Escrito, reescrito, digitado.
Saudades tenho de depositar minhas palavras num almaço,
Saudades eu tenho de escrever sentimentos alterados.
O ruido do grafite
Me trás lembranças, poesias!
E escreve sem parar
E o meu palpite?
A mão escreve para a mente poder lembrar
De como era escrever pra ver
De como era escrever pra ser
Apenas pra lembrar de como era
Aquela virgula vagante da poesia dentro de meu ser!

Que embora se encontre distante
Escrevo apenas para dizer
Poesia, o meu eu não é nada sem você!

segunda-feira, 1 de abril de 2019

A Canela


Ela era a canela
De todo doce
A fera,
Da briga
A espera
Do que fosse.

Ela, a canela
De todo o amor
A cancela 
Do tremor
A minha regra
Do desafiador.

E ela era a Canela
Do café, o Cappuccino, 
Da fruta na tijela
Do estranho sorriso
Do Açúcar na panela
Das manhãs sem sentido.

E nela, Canela
Teu perfume, Saboreei
Em sua tela
Pintei
E em cores de aquarela
Te transformei

E dela Canela,
Vem minha inspiração
A frase do poema
Pequena dissertação
A escrevi em meus dilemas
Sintomas do Coração.

E ela sempre foi a Canela
O Receio
A dosagem correta
Do erro e do acerto
E tudo isso seria ela
Meu doce de tempero!


quarta-feira, 20 de março de 2019

Era dia ...


Era dia, mas o coração não sentia
Queria apenas adormecer em outrória.
Era dia, mas o corpo todo se retraia
Pelas lembranças, dada ás certas memórias.

Sabia que seu cheiro estava naquela cama
E deitou em seu travesseiro
Quis adormecer, mas chorou como criança
Derrubada, pelos seus devaneios.

Tentou se levantar, tentou se reerguer
Abriu a cortina, olhou para o dia
Deixou a luz entrar, mas não quis comer
Fechou a cortina, deixou o azul entrar como na primeira vez que dormira.

Vagou por dois aposentos
Talvez perdida, sem rumo, sem vida
Procurou por algo em seus pensamentos
Mas o algo que queria, ali nunca mais estaria.

Estava sozinha, estava com medo, e todos os seus erros
Ela tinha que admitir
Deitou novamente buscando seu cheiro
Não havia mais como os redimir.

Era dia, mas o corpo não sentia
Era como se um veneno a derrubasse
E deitada ela sabia
Que o amor só era bom, enquanto durasse! 

sábado, 16 de março de 2019

A batida da Boate


Na dança
Balança
A busanfa
Façanha
Risonha
Momentânea
Fidelidade

No olhar
Que queria
Sorria
Se abria
Seduzia
A menina
Morena da flor da idade

Na noite
Bonita
Tão tímida
Sozinha
De batom vermelho
Se mexia
Na batida da boate

Largada
Pela conversa
Pelo carisma
Da menina
Que dançava
Na energia
Do destaque

Deixada
Bebendo
A cerveja
Amarga
No fim da festa
Indaga:
E de mim, tu lembraste? 


quinta-feira, 14 de março de 2019

Pé de Feijão?


Sobe aos céu, sem olhar o chão 
pelo galhos espalhados 
Seria um pé de feijão? 
Parece mesmo um tanto encantado 

Sem temer, se machucar ou causar um arranhão
Ele foi la pra cima querendo arrancar do pé seu fruto 
Para distribuir pelas ruas, entre os amigos, companheiros e ate quem não conhece não 
Dando alegria a onde passa, distribuindo generosidade a todo mundo! 

Mas seria o João? Do pé de feijão? Eu creio que não. 
Não há gigante nessas terra 
Generoso ele continuou a distribuir seu pão 

Ele não é João e o pé não é de feijão! 
Ele distribui amor, alegria e inspiração para uma poeta 
Seu nome é Jorge e o pé é de Fruta -pão.

*

  Para meu querido pai amado  

Metamorfose


Corações corroídos, buscando algo que comprove
Mudanças drásticas da alma em silhueta
Desenhando o desconhecido durante a metamorfose
Da lagarta que virou Borboleta.

Nosso voo pode ser curto, mas o coração é enorme
Voamos descontentes pelo Saara procurando o que se deseja...
O poço dos desejos? A lâmpada do gênio? Sem sorte!...
Querendo que eu fosse aquilo que havia sido a infância inteira.

Não há de se negar a mudanças dos fatos
Nem mesmo a quem queira
Não nasci para rastejar no mato
Nasci para voar como Borboleta!

Impossível dizer-me o que quero ser
Dá-me um par de asas e terá a certeza
Meus pés não nasceram para ficar no chão e se derreter
Nasceram para voar, como voa a Borboleta!

Ser ou não ser?


Eis  minha questão...
Como pode voar e rimar?
Bate as asas silenciosas
Escreve verso prosa
Perdurando a indagação.
És livre para encantar a qualquer um
Mas continua encantando um voo comum
Que já não se vê alastrado, cobalto, num céu azul
E há de haver exclamação
O canto leve
De ode agradável
Voa e escreve
Poesia insaciável
Em meio a multidão
Se bate as asas, voa e rima
Eis minha questão...
Em ti, você acredita?

sábado, 12 de janeiro de 2019

Não ler


Não ler 
Aquilo que é ilegível 
Que não se consegue decifrar
Códigos que não fazem sentido
Artes que não dá para desvendar
Não ler
Difícil de interpretar
Antônimo de artístico
Característica oposta do poeta ou autor
Analfabetismo
Não ler
Deixar de conhecer
Ato que nos remete a ignorância
O Não querer saber
Preguiça de exercitar a junção silábica ou a semântica

Existem várias desculpas esfarrapadas
Mas você só diz
"Eu não vou ler!"
Essa é a verdade mais pesada.