domingo, 29 de novembro de 2020

Falar de azul



Falar de azul é como falar de elogio
É falar também de saudade
É falar sobre calor ou frio
Do oceano e suas margens

Falar de azul é falar sobre primavera
Ou sobre o inverno cinzento
No azul eu me esqueci em rima
E quando me lembrei já era um poema em andamento

Falar de azul é falar sobre asas
Sobre pássaros, sobre flores
É lembrar de algumas aguas
E se deixar, morrer de amores

Nunca me canso de falar de azul
Há quem diz ser apenas uma cor
Mas azul é vida, é alma é história tão longe a olho nu
Que me contei e de azul na caneta estou a compor.

Cinco Dedos


São apenas cinco dedos
Cinco dedos de uma mão, nostálgicos
E querem delicadamente tocar-lhe a pele.
Transformam-se em cinco medos diferentes, em tempos sombrios e antipático.
Que querem apenas acariciar-lhe a tez
De cinco diferentes jeitos
Querendo sentir o teu calor exagerado, dramático
Que de mim tanto se repele
E distancia-se em cinco meios
Donde o olhar que espia, permanece vazio intacto
E o piscar do olhar, toca-lhe o corpo de saudade que me adoece.