quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Passarinho Refugiado


As minhas asas cantam loucas
O meu direito de sonhar.
No chão pisoteadas como concha de ostras
Da terra e não do mar.
Em pensar que já voei em céu livre
Sem medo de amar
Hoje sou passarinho refugiado
Sem canto para alegrar
Em todos os caminhos do estado
Eu morri devagar,
Por medo de voar
Por medo de estar,
Apenas por medo de amar.
Meus caminhos novos as ondas levaram calado
E eu me afoguei sem mostrar
Por medo de voltar,
Por medo de nadar,
Apenas por medo de transformar,
Minhas asas, numa concha que os pés enterraram depois de tanto amar.

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