segunda-feira, 9 de junho de 2014

Vagante


Tão vaga estou
Que sou vaga até de moto
Foi o que me restou
Guardar todo aquele remorso
Que carregava o senhor.

Estou tão vaga na vida
Que sou parte da barriga
A que sempre está vazia
Mesmo quando cheia está
Não tem nada, nem comida
Para a fome matar.

Sou vaga na poesia
Uma vaga de ciclista
Que pedala durante o dia
E na noite adormecida
Pedala para esquecer tal vista.

Sou a bruxa de todos os contos
A que ninguém amou
Sou vaga no abandono
Apenas uma folha intacta e sem dono
Que a vida rasurou..! 

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