terça-feira, 8 de maio de 2018

Como caco


Sou copo, de vidro, estilhaçado no chão
Sou corpo, em vida, enterrado num vão
De dorso, mentiras, desvairada sessão
Em verdades, não ditas e agora cacos espalhado num porão.

Sou carne, mal passada, intacta e fedida
Sou jóia, quebrada, sem valor, bijuteria
Sou taça, sem nada, mas cheia de insignas
Digo a verdade, mesmo eles achando que é mentira.

Quebrada, boneca, ensanguentada
Confiança em verdades que não mais se acredita
Como caco sigo
Tentando colar meus pedaços de vidro.

Estilhaçada no chão
Procurando algum sentido
Acreditando ou não
A verdade, é a que digo.

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