Grande ardor lhe perfura a garganta
Como o licor o amargo fogaréu
Transparente, há quem diga ser água santa
Amaldiçoado serão teus filhos que bebem aquele fel.
Um copo atrás do outro
Os lábios secos e queimados
Já maltratados pelo santo louco
E enfermo que toma-lhe os passos.
Cai em sono profundo, desmaiado
A cura lhe encobre o peito anestesiado
Bebe para esquecer da vida, o fracasso
Foge sem saída um tanto arruinado.
Roubaste a alegria de tua face
Tão jovem ao sol brincava
Tão velho tornou o esmalte
De teus cabelos pratas que a escuridão iluminava.
Creio tão esquecido, esqueceste desde já
Será que bebe por amor?
Esquece essa água que finge ser santa e venha cá
Me abraçar enquanto pode me ter com o senhor...
Nenhum comentário:
Postar um comentário