sábado, 14 de março de 2020

Tampa de Cerveja


Contei mil segredos a uma tampa vermelha de cerveja
Na mesa careira de madeira num bar.
Na noite de música fresca
Chorava por não saber amar.

Rodopiava com o dedo, a tampa vermelha
Como meu quadril fazia ao dançar
Mas a discussão na mesa de madeira
Impactava como a tampa caída no chão a se enterrar.

Finalmente queria entender aonde a gente se perdeu...
Havia sido no chão enquanto ouvia aquela musica que dancei?
Como uma tampa da cerveja vermelha que ardeu
A garganta, num beijo retrogrado e vicioso que arfei.

O olhar de ódio e desgosto que feriam como ferro
Fundido, transformado, lacrado na cerveja o sabor
Do beijo, esmaltado, carente sedento por afeto.
Salvou a tampa, mas não salvou o amor.


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