Deixei de ser poeta
Quando a poesia me entristeceu
Vaguei sublimemente nas palavras desertas
De um vasto areal num almaço que se perdeu.
Deixei de ser poeta
Quando a poesia me fez refém
De um passado, passado, alastrado, julgado em cela
Mas morto por ela, à ela não convém.
Deixei de ser poeta
Quando a poesia me julgou
Caracterizou todo o meu ser em sorriso, guizos e festas
Romantizando pra ela, momentos abomináveis que se passou.
Deixei de ser poeta
Quando a saudade bateu
Mas as rimas não vieram, não nasceram, se esqueceram das arestas
De palavras que se encolheram, esconderam no almaço, apedrejadas, e morreu!
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