domingo, 18 de maio de 2014

Poeta do circo


Estávamos num circo
Naquele meio animado
Onde tudo era colorido
Onde tudo era sorriso falso

De todos os amigos
Sobraram-lhe os palhaços
Pois cada estação o trem ia diminuindo 
Pois cada pedregulho não havia mais passos.

E vi todos sorrindo
De pessoas com o rosto pintado
Senti o ciúmes surgindo
E percebi que era pra ter me afastado.

E de todos os carinhos
O meu havia de ser roubado
Meu rosto mostra um sorriso
Mas as lágrimas o deixa manchado.

Havia tantos trilhos
Não devia ter parado
Na neve reconheceu o ser frio
Que aqueceu o seu amado.

Mas dentro dos meus vagões a vi partindo
Andando de pés descalços
E meu ser que estava aquecido
Ao tentar segui-la foi novamente congelado

Então continuei meu caminho
Não queria estar apaixonado
Palhaço pertence ao circo!
Dizia o público já querendo o espetáculo.

"Eu pensei que não gostava mais de mim"
"Você não é de demonstrar"
E pela primeira vez vi o fim
Vi meu grande amor me deixar.

"Tem certeza de que quer isso?"
"Tem certeza de que está a me amar?"
E pela segunda vez virei um cisco
Do coração, que está a chorar.

Por duas vezes palhaço não soube entregar
O amor que recebeu
Poeta escasso, vá se declarar!
_ Não, não.. Todos já esqueceram de quem sou eu...

Nenhum comentário:

Postar um comentário