sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O nada


De tão silente, é atordoada
A raiz crescente da música entoada.
Em melodia comovente, dança a moça intocada,
Surge-te então no nada.

Dona de um sorriso atraente, sorri cansada,
A cor d'alva reluzente, brilha em tua alma
Em brilho negro carente, dorme ainda calma.
Desmaia-te então no nada.

Em pensamentos contentes, vive encantada.
Voa em tempestades doente, a moça arruinada.
Nas primaveras docentes, aprende a viver perfumada,
Exala-te então no nada.

Da amizade perene, sorri encabulada.
Em chuvas banha-se, enche, em canção ruborizada.
De olhos fechados sente, o cansaço da noite passada.
Enterra-te então no nada.

Uma voz irada preenche, na moça distraída mandava.
Gritava em teu ouvido o tom latente, enquanto ouvia-lhe calada.
Escrevia sobre o cansaço presente, palavras vazias e rasuradas.
Escreva-te então no nada.

Uma simples alegria decente, contagiava a estrada.
O inverno tua companhia recente, enxugou-lhe as lágrimas.
E no céu a estrela cadente, pediam o que não se realizava.
Corra-te então do nada




Nenhum comentário:

Postar um comentário